sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A Dança



Seja bem-vindo de volta
Ao teu templo.
A dança ancestral e eterna
Mais uma vez realizada.
Salomé despida de todos os véus
Diante do teu altar.
Houve música e houve dança,
Houve suspiros e houve festa,
Houve prazer e satisfação,
Houve sangue.
Abrem-se as cortinas
Suave prelúdio
Delicados movimentos
Da bailarina mais graciosa.
Doces sensações
Arrepios.
O primeiro véu é a vontade
E ele, há muito já foi retirado.
Intenso interlúdio.
O ritmo aumenta com as batidas do meu coração
Um passo para o final,
Um passo para a consumação.
Frenético epílogo
A explosão final.
Loucos movimentos
Em busca do êxtase.
Salomé despida de todos os véus.
O último deles é o prazer...
Música, suspiros, satisfação e sangue:
É o fim da dança.

Escrava




Veja-me ajoelhada a seus pés,
Totalmente submissa
A todas as tuas vontades.
Uma perfeita escrava
De pele parda;
Uma boneca
De olhos e boca vendados.
Oh, arrasta-me pelas correntes
Que me mantém presa aqui!
Vê o sorriso em meus lábios?
Ele se apaga do meu rosto
Enquanto eu fujo dos teus domínios:
Minha fuga diária.
Toma minhas cordas,
Guia-me.
Sou nada mais que um fantoche
Em seu maravilhoso show de horrores..
Cala-me a voz.
Roube-me a visão.
Destrua meus ideais.
Oh, toma-me em teus braços!
Eu sou totalmente tua,
De corpo, alma e mente
Triste casca vazia.
Vê o crime que cometeu?
Possua-me com tua violência.
Fico feliz em servi-lo.
Vê o sorriso em meu rosto?
Ele se apaga enquanto eu corro para casa:
Minha fuga eterna.

In 27/02/2008

terça-feira, 18 de outubro de 2011

HERÉTIQUE



Sozinha no templo dos sonhos quebrados
Minha oração se mistura ao som dos sinos
E deste solitário piano sombrio
Nem neste solo sagrado ele me deixa em paz
Ele está na minha mente...
E então as velas brilham como seus olhos
A fumaça sobe, dançando pelo ar
Como seu perfume entorpecendo meu cérebro
Cruzes tortas são como seus braços abertos
Me chamando, me tentando
Me hipnotizando
Rosas têm espinhos
Espinhos são coroas
Rei dos meus pesadelos banhado em sangue
Sangue é vinho
Suor é lágrima
A chuva é a água benta que me livrará de você
Eu fecho meus olhos e vejo seu rosto
Amar é um crime?
Prazer é pecado?
O que eu sinto não posso sentir?
É horrível ou maravilhoso?
Sublime ou tenebroso?
Luz ou escuridão?
Ele é um anjo de vidro
Vestido de espelho
Estou te chamando
Mesmo distante
Está aqui ao meu lado
Ela é meu pecado...

2004

Sejam bem-vindos à minha alma!

Olá a todos! Bem, meu nome é Karine Coelho e eu escrevo poesias desde os 15 anos de idade. De lá pra cá muita coisa aconteceu. Minhas inspirações mudaram, meus amores, meus sentimentos... Mas todas elas são retratos da minha alma em determinados momentos da minha vida. Tenho 6 cadernos onde elas estão espalhadas, manuscritas (à moda antiga!) que chamo de Eras. Cada uma delas tem seu significado. Posso observar claramente as mudanças neles, meu amadurecimento como pessoa, mulher e poetisa. Não tenho a pretenção de achar minhas poesias boas: na verdade, acho algumas delas bem ruinzinhas. Mas todas elas sairam de dentro de mim, então amo cada uma delas como se fosse um filho. Há vários anos venho protelando, empurrando com a barriga, mas agora, acho que é chegado o momento de libertá-las, apresentá-las ao mundo. Então, aqui estão elas.


Aqui estão os retratos de minha alma.